Preconceitos das Elites Brasileiras?
A propósito da última posta do Ruben, posso dizer que quando estive no Brasil este ano ouvi coisas sobre os Portugueses que nem sonhava e -ainda por cima- ditas apenas por pessoas que estudaram em universidades (sendo que a educação secundária necessária para entrar numa universidade brasileira custa pelo menos 1000/1500Reais por mês, quando um motorista de autocarro tem um vencimento médio de 1000 Reais por mês e um professor do ensino secundário do Estado cerca de 800).
Por exemplo:
- "Não fazia ideia que havia Portugueses engenheiros";
- "É incrível como você fala esquisito";
- "Você fala muito bem Português, onde aprendeu? Em Portugal também se fala Português";
- "Você tem uma cozinheira Portuguesa na Finlândia?!" (resposta à declaração que sim, como pastelinhos de bacalhau na Finlândia);
- "Não fazia ideia que os Portugueses conseguiam falar Inglês tão bem";
- "O número 'seis' não existe, diz-se 'meia'";
- "Os Portugueses é que andaram em África, nós os Brasileiros não temos nada a ver com isso" (N.B. O Brasil é o segundo país do mundo com mais negros, a seguir à Nigéria);
- "Como é que Portugal, um país tão pequeno e miserável, conseguiu colonizar o Brasil, um país tão grande e poderoso";
- "Falam-se crioulos do Português na Malásia e no Ceilão?! Não acredito! Bem, vocês é que andaram lá, nós não temos nada a ver com isso";
- "Portugal não foi o primeiro país europeu a chegar ao Japão, os primeiros foram os Holandeses e os Ingleses".
Reparem, portanto, nos chavões preconceituosos revelados por estas frases: os Portugueses são analbetos sem educação, não falam realmente Português e não são capazes de grande coisa; Portugal é um país pequenino, vilão da História (os heróis são os Holandeses) e o mundo da lusofonia é algo que não faz parte do mundo deles.
Quanto às pessoas comuns do povo com que interagi, não ouvi ou tive qualquer dificuldade, aparte os meus poucos coloquialismos lisboetas. Pelo contrário, deu-me a impressão de que para eles conversar com um Português parecia ser algo como falar com um parente ou amigo há muito tempo distante que está de visita à nossa terra.
Por exemplo:
- "Não fazia ideia que havia Portugueses engenheiros";
- "É incrível como você fala esquisito";
- "Você fala muito bem Português, onde aprendeu? Em Portugal também se fala Português";
- "Você tem uma cozinheira Portuguesa na Finlândia?!" (resposta à declaração que sim, como pastelinhos de bacalhau na Finlândia);
- "Não fazia ideia que os Portugueses conseguiam falar Inglês tão bem";
- "O número 'seis' não existe, diz-se 'meia'";
- "Os Portugueses é que andaram em África, nós os Brasileiros não temos nada a ver com isso" (N.B. O Brasil é o segundo país do mundo com mais negros, a seguir à Nigéria);
- "Como é que Portugal, um país tão pequeno e miserável, conseguiu colonizar o Brasil, um país tão grande e poderoso";
- "Falam-se crioulos do Português na Malásia e no Ceilão?! Não acredito! Bem, vocês é que andaram lá, nós não temos nada a ver com isso";
- "Portugal não foi o primeiro país europeu a chegar ao Japão, os primeiros foram os Holandeses e os Ingleses".
Reparem, portanto, nos chavões preconceituosos revelados por estas frases: os Portugueses são analbetos sem educação, não falam realmente Português e não são capazes de grande coisa; Portugal é um país pequenino, vilão da História (os heróis são os Holandeses) e o mundo da lusofonia é algo que não faz parte do mundo deles.
Quanto às pessoas comuns do povo com que interagi, não ouvi ou tive qualquer dificuldade, aparte os meus poucos coloquialismos lisboetas. Pelo contrário, deu-me a impressão de que para eles conversar com um Português parecia ser algo como falar com um parente ou amigo há muito tempo distante que está de visita à nossa terra.
1 Comments:
Elites há muitas, meu caro só que poucas são autenticas :)
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