O Homem do Norte*
Cada povo tem os seus artistas estrangeiros prediletos, aqueles que não sendo dignos de destaque noutras terras encontram aí um público acolhedor e especialmente carinhoso. Lembro-me do estatuto de grupos como dEUS, Violente Femmes ou Tindersticks que sempre têm entre os portugueses uma legião fiel de seguidores - estou um pouco a deitar-me a advinhar mas não creio que estas bandas sejam tão bem sucedidas ou sequer adquiram um estatuto próximo em muitos outros países (que não os seus). Um desses fenómenos mais recentes é um finlandês enorme, quase dois metros de homem, se não estou em erro. Kimmo Pohjonen é acordeonista, executa com brilhantismo, é senhor de uma criatividade invulgar e de um excepcional talento para recrear temas do universo do foclore (parece que há aversão a esta palavra!) finlandês. Não sou eu que o digo é o e a crítica em geral. Esteve já várias vezes em Portugal, regressou neste Outono para cinco concertos em cinco, digo cinco, cidades portuguesas:
Kimmo Pohjonen e Portugal assumem o caso de amor que já se adivinhava. Com um acordeão diatónico, um sampler e um jogo de luzes herdado do dia da criação, o danado e arrebatador Kimmo Pohjonen está de volta. Aterra na Casa da Música dia 21 de Outubro. Depois, segue para Guimarãres (22), Aveiro (25), Coimbra (27) e Guarda (29).
Pohjonen é um dos mais importantes músicos da nossa época, fugindo por completo às convenções daquilo a que um dia chamaram pop. Muito eufemisticamente, o seu som pode ser descrito como uma implosão de sons esventrados à raiz da folk finlandesa à conta de um (estranhíssimo) tratamento digital que nem por um segundo dulcifica a música. Imagine-se tudo isto potenciado por animação virtual gráfica e por misturas de vídeo e estamos diante de "Animator", o projecto que o terrorista sónico vem apresentar desta vez. (Guia do Lazer/ Público)
A popularidade do artista mede-se também no Google, uma busca em português por "Kimmo Pohjonen" devolve 15 700 resultados. Foi por aí que cheguei até esta entrevista de Dezembro último, nas Crónicas da Terra.
*PohjoInen: "do norte". Intuo que o apelido Pohjonen tenha surgido a partir de Pohjoinen mas não tenho confirmação.
1 Comments:
Ora bem, se em Portugal temos o inefável Quim Barreiros que "toda a gente" adora, naturalíssimo é que também gostemos da sua versäo moderna, interactiva, e multimédia! Eu estou curioso por conhcer a obra do Kimmo (note-se a parecença do nome com "Quim"... eles andem aí)!
Isto deixou-me a pensar num espectáculo multimádia a iniciar-se com um filme de cardumes de bacalhau, lasers a esvoaçar, e ao som dos primeiros acordes do acordeão (!!!) uma voz etérea cantando...
"Haluan haistaa sun turskaasi, Marja..."
- André
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