10/26/2005

O Homem do Norte*

Esta posta esteve para ser escrita em "finlandês moderno" e chamar-se-ia "Big In Portugal" (Iso portugalissa não teria grande piada).
Cada povo tem os seus artistas estrangeiros prediletos, aqueles que não sendo dignos de destaque noutras terras encontram aí um público acolhedor e especialmente carinhoso. Lembro-me do estatuto de grupos como dEUS, Violente Femmes ou Tindersticks que sempre têm entre os portugueses uma legião fiel de seguidores - estou um pouco a deitar-me a advinhar mas não creio que estas bandas sejam tão bem sucedidas ou sequer adquiram um estatuto próximo em muitos outros países (que não os seus). Um desses fenómenos mais recentes é um finlandês enorme, quase dois metros de homem, se não estou em erro. Kimmo Pohjonen é acordeonista, executa com brilhantismo, é senhor de uma criatividade invulgar e de um excepcional talento para recrear temas do universo do foclore (parece que há aversão a esta palavra!) finlandês. Não sou eu que o digo é o e a crítica em geral. Esteve já várias vezes em Portugal, regressou neste Outono para cinco concertos em cinco, digo cinco, cidades portuguesas:


Kimmo Pohjonen e Portugal assumem o caso de amor que já se adivinhava. Com um acordeão diatónico, um sampler e um jogo de luzes herdado do dia da criação, o danado e arrebatador Kimmo Pohjonen está de volta. Aterra na Casa da Música dia 21 de Outubro. Depois, segue para Guimarãres (22), Aveiro (25), Coimbra (27) e Guarda (29).
Pohjonen é um dos mais importantes músicos da nossa época, fugindo por completo às convenções daquilo a que um dia chamaram pop. Muito eufemisticamente, o seu som pode ser descrito como uma implosão de sons esventrados à raiz da folk finlandesa à conta de um (estranhíssimo) tratamento digital que nem por um segundo dulcifica a música. Imagine-se tudo isto potenciado por animação virtual gráfica e por misturas de vídeo e estamos diante de "Animator", o projecto que o terrorista sónico vem apresentar desta vez. (
Guia do Lazer/ Público)

A popularidade do artista mede-se também no Google, uma busca em português por "Kimmo Pohjonen" devolve 15 700 resultados. Foi por aí que cheguei até esta entrevista de Dezembro último, nas Crónicas da Terra.

*PohjoInen: "do norte". Intuo que o apelido Pohjonen tenha surgido a partir de Pohjoinen mas não tenho confirmação.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ora bem, se em Portugal temos o inefável Quim Barreiros que "toda a gente" adora, naturalíssimo é que também gostemos da sua versäo moderna, interactiva, e multimédia! Eu estou curioso por conhcer a obra do Kimmo (note-se a parecença do nome com "Quim"... eles andem aí)!

Isto deixou-me a pensar num espectáculo multimádia a iniciar-se com um filme de cardumes de bacalhau, lasers a esvoaçar, e ao som dos primeiros acordes do acordeão (!!!) uma voz etérea cantando...
"Haluan haistaa sun turskaasi, Marja..."

- André

11/12/2005 12:36:00 da tarde  

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