4/25/2006

25 de Abril SEMPRE!

Já lá vão 32 anos da Revolução. Uma revolução sui generis, às vezes com momentos caricatos.

"Enquanto lia estas informações, o jipe trava de repente e dou comigo parado no sinal vermelho do cruzamento da Cidade Universitária. Olho para o lado e vejo um autocarro da Carris também parado. Achei que era de mais parar a Revolução ao sinal vermelho, quando o que distinguia os carros do MFA era um triângulo vermelho no lado esquerdo das viaturas ou tapando a matrícula. Mando avançar tocando as sirenes das autometralhadoras EBR até chegar ao Terreiro do Paço." - Salgueiro Maia

Qando um punhado de valentes ofereceu ao povo português o maior presente, a liberdade. O meu sincero obrigado a todos eles.

À frente das operações, um herói.
Perdão, um Herói.
Um "simples capitão" que mostrou aos generais do mundo inteiro como enfrentar a tensão do momento, de como conseguir atingir os seus objectivos, e ao mesmo tempo, com uma multidão atrás de si, evitar um banho de sangue.

"Vi uma massa de gente, todos a levantar a voz, a pôr flores nos canos das espingardas. Ninguém precisou de matar ou ser morto. Ninguém precisou de ordenar um assalto, ou até de prender o rei e os seus vassalos." - Salgueiro Maia

Ficará para a história como o protótipo do líder íntegro, que cumpriu a sua missão, e recusou posteriores honrarias. Em vez disso, pagou a sua "impertinência para com as chefias" com lugares menores, longe de casa, mas onde sempre demonstrou o seu profissionalismo.
Hoje a sua estátua é reposta à entrada de Santarém. Tenho pena de não poder assistir à cerimónia, já que estou do outro lado da Europa. Mas se hoje sou livre para escolher onde vivo, também o posso agradecer a quem fez o 25 de Abril.

Realmente o que Portugal precisa é de muitos Salgueiros Maia.

6 Comments:

Blogger António said...

Sempre não, carambas. Uma vez por ano basta!

4/25/2006 02:44:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O "25 de Abril" não é apenas uma data. É um estado de espírito. De liberdade.

Por isso é que se diz "SEMPRE". A liberdade é como o cravo que representa a Revolução, tem de ser acarinhada a cada dia que passa.

Por coincidência, foi também num 25 de Abril, o de 1945, que a Itália se libertou do fascismo. E lá, todos, de esquerda e direita, consideram a data como "sua". Sempre me fez espécie porque é que em Portugal não se passa o mesmo...
Mas pronto, já estou a divagar...

Liberdade só uma vez por ano?
Desculpa, mas para mim, é pouco!

4/25/2006 10:09:00 da tarde  
Blogger António said...

Se há quem ainda não queira ver também há uns que se querem apropriar da data só para si, o que me parece ainda mais grave.

E não te esforces muito a remover a ironia das minhas palavras :)
O facto de termos a liberdade por adquirida é uma das conquistas dessa liberdade!

4/26/2006 02:04:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Hoje ando mal... mas resolvi dediar uns minutos a escrever. Serei breve...

Não sei o que será pior, os que se tentam apropriar da data, ou os que têm vergonha dela...

O 25 de Abril deve ser de TODOS os portugueses.

O Presidente da República decidiu ontem acabar com uma tradição de 30 anos, e está no seu direito.
Mas se o 25 de Abril foi, como ele referiu no seu discurso de tomada de posse, a génese da democracia em Portugal, e o cravo o seu símbolo, porque razão não o colocou na lapela?

Se o fizesse, mandaria a mensagem aos que nele não votaram que ele seria o "presidente de todos os portugueses". Assim, enfim, tirem as vossas conclusões...

Já agora, a mesma pergunta aos deputados ditos de direita: porque deixaram de usar o símbolo da revolução que tornou possível a liberdade e a democracia?

4/26/2006 02:27:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

... talvez pq esses deputados n precisassem do 25 de Abril para ser deputados, sei lá...

... talvez sejam alérgicos a flores...

se não gostam de vermelho, podiam pôr cravos brancos, tb os houve no dia da revolução!

4/26/2006 02:29:00 da tarde  
Blogger António said...

O Presidente da República decidiu ontem acabar com uma tradição de 30 anos, e está no seu direito.
Mas se o 25 de Abril foi, como ele referiu no seu discurso de tomada de posse, a génese da democracia em Portugal, e o cravo o seu símbolo, porque razão não o colocou na lapela?

Se o fizesse, mandaria a mensagem aos que nele não votaram que ele seria o "presidente de todos os portugueses". Assim, enfim, tirem as vossas conclusões...


Estás a ver, é aqui que tu te contradizes. Não o colocou porque teve essa liberdade e entendeu não o fazer.

4/27/2006 12:54:00 da tarde  

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